Monday, May 14, 2007

alheava – a rua

Projecto Os Descartáveis _ Revista CAIS | 21 ½

DATA

Maio 2007

alheava – a rua

REVISTA (Street Magazine) de foto-reportagem temática

280x390mm


nasceu em Portugal

foi para Moçambique

que diz ser

a sua terra

lutou pela independência

sobreviveu a duas guerras

obrigado a regressar a Portugal

país que desconhece

e diz

não saber viver

em silêncio

na rua de Moçambique

olha para dentro de si

e vive em Moçambique

sem ser português


alheava – a rua

MUPIS

1185x1750 mm



A edição de Maio da revista CAIS reúne 16 obras inspiradas e resultantes da interacção entre 16 artistas consagrados e os utilizadores de várias instituições sociais, pessoas e grupos que se encontram em situação de risco ou exclusão social.

Entre os meses de Março e Abril, os artistas foram convidados a visitar algumas instituições sociais em Lisboa, a fim de conhecerem o trabalho desenvolvido no terreno, interagirem com a população-alvo e, em simultâneo, estimularem a sua criatividade e participação no projecto.

Foi com o objectivo de permitir o envolvimento desta população num projecto artístico e social, que o Grupo 21 1/2 (Plataforma Independente de Transgressão Artística, liderado por João Mourão, Paulo Romão Brás e Sandro Resende) idealizou e desafiou a Associação CAIS a produzir uma edição da revista dedicada ao tema “Os Descartáveis”. O projecto reúne 16 obras e textos de críticos de arte e ensaístas, desafiados a interpretar o tema e as obras.

É este o projecto que preenche a secção Revelação da 2ª edição (Maio) do novo formato editorial da Revista CAIS. A CAIS adoptou no mês passado um perfil editorial voltado para a reflexão, a informação e a descoberta de novos talentos. Com a colaboração de importantes figuras do mundo académico, político, cultural e empresarial, a CAIS dedica-se à síntese da actualidade, à cidadania empresarial, à cultura, ao entretenimento, a concursos de contos, fotografia e cartoon, à sociedade civil e a ensaios em áreas que vão desde a Política e a Economia, à Justiça e Filosofia.

ANEXOS (Projecto “Os Descartáveis”)

Instituições visitadas:

Associação CAIS - Centro CAIS de Lisboa

Associação VITAE – Centro de Acolhimento de Xabregas

Exército de Salvação – Centro de Acolhimento de Xabregas

M.S.V. – Movimento ao Serviço da Vida - Equipa de Rua

Artistas Participantes:

· António Júlio Duarte

· Duarte Amaral Netto

· Manuel Santos Maia

· Nuno Ramalho

· Sandro Resende

· Paulo Romão Brás

· Susanne Themiltz

· João Penalva

· Maria Lusitano

· Sandra Cinto

· Francisco Queirós

· Paula Roush

· Ana Péres-Quiroga

· Miguel Palma

· Valter Vinagre

· Xana

Críticos e ensaístas:

· João Mourão

· João Pinharanda

· Manuela Sanches


Os Descartáveis


O esvaziamento da textura humana dos valores que a compõem, como resultado da utilização mercantilista da pessoa humana, entendida como meio e nunca como um fim, faz depender a importância do ser humano do ganho que este é capaz de produzir, tornando-se sempre descartável ou dispensável, cada vez que a criação de riqueza deixar de se verificar com ele. Por outro lado, a valorização do que existe com base na qualidade do retorno que este nos possibilita, tornou as transacções mundiais num materialista e desrespeitador "usa-e-deita-fora".

O Grupo 21 ½ desafiou a Associação CAIS para a publicação de uma edição da Revista CAIS e produção de uma exposição de arte pública, baseadas em obras resultantes da interacção/conhecimento/análise/olhar de 22 artistas plásticos sobre a população alvo da intervenção social da Associação CAIS (pessoas e grupos em situação de risco ou exclusão social).

Críticos de arte, ensaístas e personalidades ligadas ao sector social, também serão convidados a escrever e a interpretar o tema e as obras.

A edição da revista no mês de Maio seria assim acompanhada de uma mostra em formato MUPI - Mobiliário Urbano Para Informação -, durante um mês, numa das principais praças da cidade de Lisboa e reunirá os trabalhos e que integram a edição da revista.

OBJECTIVOS DO PROJECTO

Promover o envolvimento da população alvo da intervenção social da Associação CAIS num projecto artístico

Dar a oportunidade de participação num projecto cultural e artístico a pessoas que de outra forma não teriam acesso

Valorizar parcerias concertadas entre o sector social e o meio artístico/cultural

Intervir no espaço público promovendo o acesso generalizado à cultura

Prosseguir a missão da Associação CAIS de sensibilização da opinião pública para as questões sociais e para a solidariedade

Permitir que os artistas contribuam com o seu olhar sobre esta situação social

Contribuir, ainda que momentaneamente, para uma arte com aplicação social directa

Existe a possibilidade de efectuar visitas a instituições sociais da cidade de Lisboa, com os objectivos de conhecerem o trabalho desenvolvido no terreno, interagirem com a população alvo e, em simultâneo, estimularem a criatividade e a participação na produção das obras.

Locais propostos: Associação Vitae (Albergue de Marvila), Exército de Salvação (Albergue de Xabregas), Porta Amiga das Olaias – Fundação AMI, Centro CAIS de Lisboa, Equipa de Rua C.M.L.

As obras apresentadas poderão promover a participação/implicação dos utentes destas instituições.


Revista CAIS

Revista (Street Magazine) de foto-reportagem temática

MISSÃO

Contribuir para o melhoramento global das condições de vida de pessoas e grupos em situação de risco ou exclusão social.

OBJECTIVOS

Colocar na ordem do dia as temáticas relacionadas com a Pobreza e Exclusão social;

Potenciar o trabalho em Rede e consolidar parcerias;

Valorizar os beneficiários (utentes) do sistema social enquanto elementos críticos e activos;

Desenvolver e implementar estratégias de intervenção social adequadas às necessidades das populações alvo.

POSICIONAMENTO – CAIS. Desperta Consciências.

Entidade activa e dinâmica, no trabalho no terreno e no debate das questões sociais em Portugal.

Inspirada na revista inglesa, The Big Issue, a Revista CAIS é a primeira criação da Associação, e tem-se revelado uma estratégia sócio/cultural de sucesso, nos processos de acompanhamento psicossocial e profissional dos sem-abrigo, e de outras pessoas em risco. São estes que a vendem, em exclusivo, na rua.

Privilegia as temáticas sociais, culturais e cientificas na selecção e abordagem editorial. O seu principal objectivo é despertar os leitores e a opinião pública em geral para as problemáticas sociais.

O preço de capa são 2€ e a receita das vendas reverte para os vendedores (70%). É um instrumento de auto-valorização dos vendedores, porque a venda permite-lhes auferir de um rendimento digno e ter acesso a condições mínimas de vida.

É distribuída por instituições de cariz social em todo o país, que seleccionam, entre os seus utentes, os vendedores CAIS. A Revista CAIS não é um ponto de chegada, mas um cais de partida, uma resposta de transição para a vida activa.

O QUE DIZEM

”(...) há diversas razões que explicam o sucesso desta revista.(...) a variedade de temas (...) dossiers bem elaborados sobre determinadas questões.(...) Em segundo lugar, o aspecto gráfico. Apesar da modéstia dos recursos, existem quase sempre excelentes fotografias e um grafismo inteligente e comunicativo (...) Em terceiro lugar, a boa educação e simpatia dos vendedores.(...)”

Eduardo Prado Coelho, In Público, Dezembro 2005

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Definição: Revista (Street Magazine) de foto-reportagem temática

Periodicidade: mensal (11 edições/ano)

Tiragem média: 40 mil exemplares

Preço de capa: €2 (70% para o vendedor, 15% Centro de Distribuição, 15% Associação CAIS)

Formato: fechado – 195x280mm, aberto – 280x390mm

Lineatura: 120 Linhas

REDE DE DISTRIBUIÇÃO

Lisboa, Carcavelos, Almada, Coimbra, Aveiro, Vila Nova de Gaia, Porto, Viana do Castelo, Faro, Portimão e Funchal.

21 ½ - Plataforma Independente de Transgressão Artística

O Grupo 21 ½: Plataforma Independente de Transgressão Artística, liderado por João Mourão, Paulo Romão Brás e Sandro Resende, é experiente em produção e curadoria de exposições similares, principalmente na realização de projectos de arte urbana e de projectos em locais pouco convencionais fora do circuito galerístico.

EXPOSIÇÕES RECENTES

Stigmata – Sala do Veado – Museu de História Natural – até 31 de Março de 2007

Projecto de parceria entre um grupo de dez artistas plásticos (na sua grande maioria com formação em fotografia) desenvolvido num período de 3 meses, com um conjunto com dez pessoas clinicamente intituladas de doentes mentais e que revelam interesse e ambição pela criação artística.

Artistas participantes: António Júlio Duarte, Célia Domingues, Duarte Amaral Netto, Walter Vinagre, Margarida Gouveia, Paulo Romão Brás, Graça Sarsfield, Pauliana Pimentel, Sandro Resende e Isa Duarte Ribeiro

In Between – de Luisa Cunha e António Júlio Duarte - Kleines Kabinett, Lisboa – Fevereiro/Março de 2007

Go Between – de Paulo Romão Brás e Sandro Resende - Kleines Kabinett, Lisboa - Novembro 2006

Dois momentos expositivos comissariados por João Mourão e que ocuparam o espaço de uma casa em obras. O Kleines Kabinett (KK) encontra-se num lugar-entre foi um espaço habitado e voltará a sê-lo em breve e durante este período intermédio em que decorrem as obras de modificação, a controlada arquitectura das ruínas tornou-se um espaço expositivo. Longe do cubo branco temos um espaço que causa estranheza, que se impõe, que deposita e reclama memórias e imagens. É por isso parte integrante nesta exposição. Não apenas enquanto suporte, mas também como reflector de uma história, de narrativas e memórias que atribuímos à Casa.

Manicómio Dr. Heribaldo Raposo – Museu da Cidade, Pavilhão Preto, Lisboa - Maio de 2006

Partindo do livro com o mesmo nome do Dr. Pedro Afonso foram convidados vintes artistas plásticos que trabalharam vintes frases do livro.

Artistas participantes: Cristina Lamas, Susana Mendes Silva, Ana Perez Quiroga, Ana Rito, Rita Nabeiro, Rute Gaspar, Paulo Romão Brás, Graça Sarsfield, Walter Pinguinha, Sandro Resende, Inês Botelho, Célia Domingues, Catarina Botelho, Hugo Barata, Isa Duarte Ribeiro.